quarta-feira, 29 de junho de 2011

As expressões do mundo do LARP.

Ao pesquisar sobre algo novo nossa maior dificuldade está, muitas vezes, relacionada as novas expressões com as quais nos deparamos.

Pesquisar LARP não é diferente, por trabalhar com isso, alguns termos eu já conhecia, mas mesmo assim um novo mundo de palavras surgiu e muitas, senão todas, serão utilizadas por nós em nossas postagens. Como a maioria do material estudado está em outro idioma é necessário compreender estes vocábulos para entender todo o contexto no qual estão aplicados.

No livro do knutepunkt de 2003 “As LARP Grows Up”, encontrei um tipo de dicionário que contém muitos termos e suas definições, segue um pequeno exemplo disso:

Larpwright
Termo sueco para alguém que produz o material escrito de um larp. O larpwright é ainda o resultado da organização, divisão e tercerização do trabalho em um Larp, deixando os organizadores livres para pensar em outros aspectos do larpmaking (...)
Character (Personagem)
O termo é utilizado como um sinônimo de personagem . Sendo mais utilizado em RPG de mesa. Na Suécia e outros países escandinavos utilizam o termo quando produzem algo escrito em Inglês.
Game master
Expressão utilizada em RPG de mesa indicando o líder que controla o mundo imaginário do jogo. No LARP Dinamarquês, game master é usado para descrever um organizador que participa ativamente do jogo, sendo assim capaz de influenciar diretamente o curso do jogo (...)
Game mechanics (Mecânica de jogo)
Qualquer sistema de regras feitas representar aspectos do jogo que seria impraticável, ilegal ou impossível de se fazer de verdade (...)

Estas definições são apenas uma pincelada sobre o termo, se estudado separadamente cada um contém um universo próprio repleto de informações. Mas para se ter uma base acredito que este glossário pode nos ajudar a entender as leituras dos materiais referentes ao LARP. Veja outras definições em: https://nordiclarp.org/w/images/c/c2/2003-As.Larp.Grows.Up.pdf

terça-feira, 28 de junho de 2011

Boi Voador e NPLarp

Para iniciar nosso trabalho neste blog, acredito ser necessário explicar o que está acontecendo.

O Cauê Martins, o Luiz Falcão e eu após uma temporada de trabalho com Live Action Roleplay, no ano de 2010, percebemos o interesse em comum em fazer um pesquisa mais profunda sobre o que afinal seria LARP. Não apenas uma definição do termo, mas sim tudo aquilo que se refere a ele, toda a sua potencialidade, e se existiam outros formatos de LARPs que não apenas o que já conhecíamos. O Luiz, que já vinha de uma pesquisa pessoal, havia nos apresentado aos LARPs nórdicos, e assim começamos uma pesquisa breve sobre o que ocorria no mundo para entender como isto funcionava em outros países, nascendo assim o Boi Voador.

No inicio do ano de 2011 soubemos da abertura do edital do VAI - Programa de Valorização a Iniciativas Culturais, no qual decidimos inscrever um projeto com o nome de NPLarp - Núcleo de pesquisa em Live Action Roleplay, com o intuito de fazer uma pesquisa aprofundada sobre o tema e ainda disponibilizar, por meio deste blog e de um guia impresso, o resultado deste trabalho.

Fomos aprovados, e desde o inicio de Junho começamos o processo de pesquisa. Estamos vasculhando muitos materiais, dentre eles os livros do Knutepunkt*, o mais importante evento relacionado ao LARP no mundo, que inicialmente será o mais estudado por nós.

Knutepunkt é uma conferência anual realizada deste 1997, entre a Noruega, Dinamarca, Suécia e Finlândia. O termo knutepunkt é original da noruega e significa “ponto de encontro”, é traduzido para Sueco Knutpunkt ,Dinamarquês Knudepunkt e Finlandês Solmukohta.

A conferência abriga participantes de diversos países e aborda diversas questões relacionadas ao LARP. Estes pesquisadores buscam experimentações radicais e o reconhecimento do Roleplay como forma de arte. Desde 2003 este encontro gera um saber científico sobre LARP, na forma de artigos que são publicados em livro pelo próprio evento.

Acreditamos que com esta pesquisa poderemos ter um material de acesso aqui no Brasil que possa formar a nossa base para futuras pesquisas e experiências neste vasto mundo do LARP.

*( site no qual se encontram agrupados os links para acesso online do livros do kuntepunkt)

terça-feira, 14 de junho de 2011

Cauê Martins

Entrei em contato com o Larp pelo caminho que parece ser o mais fácil no Brasil, o RPG. Comecei a conhecer esse universo de jogos interpretativos por volta dos 10 anos, e foi provavelmente por isso que entender como funciona a construção de histórias e personagens para Live Actions não foi tão difícil.

Em meio a muitas discussões e reflexões sobre as características dos jogos, a predominância das regras ou da interpretação, os tipo de histórias a serem jogadas e os tipos personagens que podem ser escritos, fui levado, em 2006, a fazer um curso sobre Live Action. Durante esse tempo tive contato com todos os momentos da construção de um jogo, desde a idealização até a execução. E obviamente os questionamentos que antes estavam só nos jogos de RPG impregnaram também o Live Action.

Os 5 anos seguintes foram bastante significativos para construir um pensamento sobre essa manifestação. Com a participação na criação e aplicação de vários Lives em diferentes locais, com diferentes pessoas e em situações ora favoráveis e ora adversas. Talvez como um passo natural, surgiu a necessidade de experimentar outras formas e saber o que de fato é o Live Action. A primeira descoberta foi o termo Larp que já é utilizado a tempos por grupos do exterior para designar o Live Action, mas outras questões também apareceram, como modelos diferentes de personagens, histórias improváveis e formas que fazem o Larp parecer algo diferente de um jogo. E essa é maior questão a ser investigada: Um Larp é só um jogo?

Mesmo com alguma experiência, muitas dúvidas ainda precisam de atenção, e com esse espírito questionamento é que faço parte do grupo Boi Voador no Núcleo de Pesquisa LARP.

Erika Bundzius

LARP, nunca tinha ouvido esta palavra até conversar com os meninos do Boi Voador, ao montar o grupo para pesquisa sobre live action no mundo, e indentificar que LARP era a denominação utilizada para Live Action Roleplay no exterior. O meu primeiro contato com LARP foi por meio de conversa com amigos que jogavam e tentavam me explicar como tudo funcionava, sempre comparavam ao RPG, e como a minha primeira e única experiência como jogadora de RPG foi frustrante, conclui que o Live Action também não seria interessante.

No inicio de 2010 fui convidada pela Confraria das Ideias como aderecista em um de seus LARPs. Fiz o adereço e no dia assisti ao jogo, até achei legal, mas ainda envolvida em minha total ignorância com relação a essa prática, não achei lá grande coisa. Em outra oportunidade fui convidada para ajudar na montagem de um novo LARP, mas dessa vez me deram um personagem e me fizeram jogar, meio como sem ter escapatória... joguei, e assim posso dizer que o LARP entrou em minha vida. Passei a ver a coisa de modo totalmente diferente, adorei a experiência e até hoje penso nas ações que poderia ter feito melhor durante o jogo. Comecei a perceber que as pessoas jogam não pra sair da sua realidade, mas sim para conhecer outras realidades, mesmo que ficcionais, e que o jogo teria um grande potencial.

Agora o LARP é alvo de muito interesse em minha vida, continuo ajudando na Confraria das Ideias, estou fazendo minha iniciação científica sobre LARP e artes visuais, e agora faço parte do Grupo Boi Voador para entender as diversas possibilidades que o LARP pode proporcionar.